En la víspera del día del Black Pride (orgullo negro) en Brasil – celebrado el 20 de noviembre, cuando el país renueva su continua lucha contra la discriminación – el colectivo audiovisual Circo Voador hizo un experimento. Filmó a dos miembros de su grupo, que aparentaban la misma edad y vestían de forma similar, intentando entrar al mismo banco en dos momentos diferentes, llevando la misma bolsa llena de objetos metálicos -llaves, monedas, teléfono móvil-. A uno de ellos no le llevó más que unos pocos segundos entrar sin problemas; el otro, ni siquiera pudo entrar, siendo bloqueado en la puerta giratoria, algo habitual en muchos bancos brasileños. El primer hombre era blanco, el segundo, negro. Vea el resultado:
Según los realizadores de este vídeo, el experimento demostró que los detectores de metales de la puerta fueron en realidad activados por los guardias de seguridad del banco. En otras palabras, el procedimiento de seguridad utilizado actualmente por los bancos se basa en sus prejuicios personales, a menudo plagados de ideas preconcebidas, estereotipos y discriminación contra ciertos tipos de personas. En su blog, Circo Voador (Circo Volador) invita a los lectores a unir fuerzas, enviando sus propios vídeos de tantos bancos diferentes como sea posible. Explican el experimento:
Na primeira cena aparecem várias pessoas ao redor da bolsa. Todas elas fizeram o teste com a mesma bolsa, algumas foram barradas outras não. Em nenhum momento alguém alterou o conteúdo dos pertences na bolsa. A escolha da imagem do MC Shackal não se deveu ao fato dele ser negro e sim, por termos nos utilizado de câmeras escondidas e o momento em que o registramos, não sofreu interferências externas, como carros ou pessoas paradas na frente da câmera.
Mucha gente reaccionó en los comentarios del blog de Circo Voador. Algunos lectores compartían experiencias parecidas, como Dona Biologia, una profesora:
Coloquei chaves, celular, bolsinha de moedas no local indicado e a porta apitava e travava. Por fim, o rapaz chamou um pseudo gerente que atravessou a porta e, dentro do caixa eletrônico da agência, me fez abrir a bolsa de provas e quando não viu nada que justificasse, teve a audácia de dizer que fora a minha bolsinha de lápis. Me arrependo até hoje de não ter processado o banco pelo constrangimento.
Christiano J. Jabur, que una vez fue bloqueado en una puerta detectora de metales en São Paulo por una cámara digital, aduce que la discriminación contra personas en las mismas puertas giratorias ocurre en los bancos independientemente del color de la piel:
Tive que colocá-la numa caixinha para conseguir entrar no banco. Mas uma senhora de idade, também branca, que tentou entrar na agência da Nossa Caixa, na mesma cidade, foi barrada e não conseguiu entrar de jeito nenhum, mesmo chamando a polícia. O gerente do banco ininuou que ela poderia ser criminosa, pois existem muitas pessoas hoje, acima dos 50 e 60 anos de idade, cometendo crimes (o que não deixa de ser verdade). Não vou dizer que não exista preconceito contra negros e pardos nos bancos, por parte de vigilantes e atendentes. Mas dizer que são só os negros que são barrados nas portas giratórias é uma bela de uma mentira.
Por otra parte, un guardia de seguridad llamado Leandro explica también en los comentarios del mencionado blog como funciona el sistema, y critica la forma en que ha sido interpretado el vídeo por algunas personas:
Sou Vigilante (segurança), e posso afirmar, este sistema é falho, mas este vídeo esta sendo usado para sujar a imagem de profissionais que estão apenas cumprindo ordens… os ‘controles’ podem sim travar e destravar as portas giratórias, mas isso não é valido para todas as agencias, são sistemas diferenciados pra cada agencia ou cada porta giratória… e não temos controle sobre o “Nível de travamento“ de cada porta (isso é de responsabilidade do gerente), que costuma variar de 4 a 7 níveis, por isso vc pode entrar em uma agencia e ficar travado e em outra passar sem problema algum…
Sei que intenção de vc's não é esta, li o que estão propondo e apoio totalmente, mas não esta sendo divulgado desta forma, outros sites e meios de comunicação estão colocando informações “picadas”, pela metade… eu mesmo recebi um Email como Titulo: “Vigilantes racistas?”
Sé que no era su intención, he leído lo que proponen y lo apoyo completamente, pero no está circulando de esa forma, otras webs y medios han publicado pedacitos y partes de información a medias… Yo mismo he recibido un email con el asunto: “¿Guardias de seguridad racistas?”
El vídeo también se ha hecho viral en la blogosfera. Rafael Cesar dice que si las puertas se cierran para gente negra o blanca es ajeno a la cuestión:
A questão é que sabemos que aquele detector de metais é muito mais uma desculpa para os seguranças fazerem o controle da forma como julgam apropriada do que qualquer outra coisa. O que trava, mesmo, é aquele controlezinho que eles carregam. Comigo é rotineiro, sem qualquer exagero, passar por aquela porra sem metal nenhum na mochila (já deixei até estojo naquela caixinha ao lado por causa de lapiseira) e me travarem. Ou seja: o que volta e meia detectam em mim é um meliante em potencial, porque por várias vezes não havia qualquer metal a ser detectado. Se eu não tinha metal, por que ‘a porta’ travou? E, se eu tenho metal, por que logo em seguida ‘a porta’ destrava?E nessa de o crivo da segurança passar pelos olhos dos seguranças, é claro que o indivíduo negro leva a pior. Assim como leva a pior com a polícia, com emprego etc.
Helio Ventura aprovecha la oportunidad para republicar un texto escrito en marzo de 2007 en el que pregunta si las puertas giratorias detectaron metal o melanina depués de que un cliente negro fuera asesinado dentro de un banco en Río de Janeiro:
Rio de Janeiro, sexta-feira, 22 de dezembro de 2006, 13 horas e 20 minutos. O micro-empresário negro Jonas Eduardo Santos de Souza, 34 anos, estava na fila da agência do banco Itaú da Av. Rio Branco, da qual era cliente há 10 anos, para operações de rotina. Mas ele foi vítima do racismo que persiste em existir em nosso país, apesar de muitas vozes da elite e da intelectualidade negarem. Ele foi morto com um tiro no peito por Natalício de Souza Marins, 29 anos, vigilante da agência.
Ao tentar entrar na agência bancária, Jonas foi parado pela conhecida e constrangedora porta giratória. Ele foi abordado por Natalício e obrigado a pôr na bandeja todos os objetos que possuía. Como a porta continuava travando, Jonas foi obrigado a tirar inclusive o cinto. O gerente foi acionado por Natalício, e só autorizou o acesso do jovem micro-empresário à agência após exigir que Jonas provasse ser cliente da agência, mostrando um cartão do banco. Após o constrangimento, já dentro da agência, Jonas e Natalício continuaram a discutir, até que o vigilante, demonstrando total despreparo para o exercício da função, sacou seu revólver e matou Jonas, que não teve chance de defesa. […]
Assim como também poderíamos estar do outro lado, o de Natalício, também negro, um pai de família que teve suprimidas as oportunidades de acessar uma profissão que pudesse dar melhores condições à sua filha de 5 anos, que se viu obrigado a pleitear apenas funções que exigem menor qualificação, como a de vigilante. Ele também foi atingido pelo racismo estrutural que assola este país. Isso em nada muda o fato dele ter agido equivocadamente: é um homicida e deve receber as sanções legalmente previstas. E ser também negro não atenua o crime. Mas nos faz perguntar: que sistema é este que coloca dois semelhantes em lados opostos, fazendo com que um tire a vida do outro? Até quando fatos como este acontecerão? Percebemos o quão perverso é este “racismo à brasileira”, uma política de extermínio silenciosa, disfarçada de risco social e fatalidade.
Cuando intentaba entrar en la sucursal, Jonas fue detenido por la bien conocida y vergonzosa puerta giratoria. Fue abordado por Natalício y forzado a poner todos sus objetos en una bandeja. Mientras la puerta aún estaba cerrada, Jonas fue obligado a quitarse incluso su cinturón. Natalicio llamó al gerente, quien solo autorizó al joven propietario de micro-comercio a pasar tras exigir que Jonas demostrara ser cliente de la sucursal, mostrando su tarjeta del banco. Tras el bochorno, dentro del banco, Jonas y Natalício siguieron discutiendo hasta que el guardia de seguridad, mostrando una total falta de preparación para el trabajo, desenfundó su arma y asesinó a Jonas, quien no tuvo ninguna oportunidad de defenderse. […]
Podríamos simplemente ponernos del lado de Natalicio, también negro, un padre de familia que no había tenido ninguna oportunidad de encontrar una profesión que le hubiera proporcionado mejores condiciones para su hija de 5 años, viéndose obligado a solicitar solamente trabajos que requiriesen cualificaciones más bajas, como guardia de seguridad. Él también recibió el impacto del racismo estructural que infesta este país. Esto no cambia el hecho de que actúo mal: es un asesino y debería recibir el castigo estipulado por la ley. Y tampoco el hecho de ser negro mitiga el crimen. Pero nos hace preguntarnos: ¿qué sistema es este que pone a dos semejantes en bandos opuestos, causando que uno se lleve la vida del otro? ¿Cuánto tiempo seguirán ocurriendo sucesos como este? Nos damos cuenta de lo horrible que es este «racismo brasileño», una silenciosa táctica de exterminio, disfrazada de riesgo social e infortunio.
Andréia Freitas, que una vez consiguió entrar sin problemas en un banco con un cuchillo de cocina que acababa de comprar ese día, dice que la triste conclusión es que la gente solo ve la superficie de los demás:
Por que será que cresceram os assaltos a banco realizados por homens de terno e gravata? Por que será que hoje existe o roubo de carros em estacionamentos e os assaltantes chegam no local pra assaltar de carro importado? Golpes de estelionatários em hotéis de luxo, em lojas de grife, em restaurantes cinco estrelas…
A resposta é óbvia: O mundo é movido por «aparências»! Sim… se você é considerada uma pessoa «bem apessoada» a vida fica mais fácil pra você em todos os aspectos. Agora… se você não está tão «bem vestido», ou seu cabelo «acordou» num dia ruim, ou seu sapato tá meio surrado, pode apostar que a vida não será bolinho pra você.
O ser humano vê as aparências! Se as portas dos bancos fossem realmente controladas por uma máquina, por um dispositivo eletrônico de segurança, os dois caras do vídeo do YouTube tinham sido barrados! E nada mais justo do que barrar OS DOIS, que portavam objetos de metal.
¿Por qué se están incrementando los robos a bancos perpetrados por hombres que visten traje y corbata? ¿Por qué actualmente se roban coches en los aparcamientos y los ladrones empiezan a conducir coches importados? Estafas en hoteles de lujo, tiendas de diseño, restaurantes de cinco estrellas… La respuesta es obvia: ¡el mundo se mueve por «apariencias»! Sí… si eres considerado una persona «bien parecida», la vida es más fácil para tí en todos los aspectos. Ahora bien… si no vas tan «bien vestido», o tu pelo no está bien arreglado, o tus zapatos están un poco desgastados, puedes apostar que la vida no será pan comido para ti. ¡Los seres humanos ven apariencias! Si las puertas de los bancos fueran controladas realmente por una máquina, un dispositivo electrónico de seguridad, ¡los dos tipos del vídeo de YouTube habrían sido bloqueados! Y nada más razonable que bloquear A LOS DOS, ya que ambos llevaban objetos metálicos.
Una petición online lanzada con el experimento exigiendo que los bancos brasileños dejen de usar puertas giratorias e inviertan en sistemas de rayos-x o equipos seguros que muestren las pertenencias reales de los clientes ha sido firmada por más de 2,000 personas hasta ahora. Sobre todo, la petición es que todo el mundo sea tratado con respeto por los bancos.