Este post es parte de nuestra cobertura especial Dossiê Belo Monte [pt] y Derechos Indígenas.
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Con esta entrevista, dividida en dos partes, conoceremos a Sany Kalapalo, una jóven activista indígena del Alto Xingú en el estado brasileño Mato Grosso. Con sólo 22 años, ella es una de las coordinadoras de la movilizacion en contra de la controversial planta hidroeléctrica Belo Monte [es], la cual está siendo construida en la región de Volta Grande do Xingu en el estado de Pará.
Identificada en su blog como una «hija del río Xingú, de las etnias Kalapalo y Aweti, del dialecto Karib,» «activista indígena,» e «hija de Pajé Kunue,» Sany es una estudiante a punto de entrar a la universidad en São Paulo y también profesora de la cultura indígena Xingú.
Global Voices (GV): ¿Quién es y qué hace Sany Kalapalo?
Sany Kalapalo (SK): Sou Sany, indígena do Alto Xingu, no Mato Grosso. Kalapalo por parte da etnia do meu pai e Aweti por parte da etnia da minha mãe, por isso meu nome completo é Sany Aweti Kalapalo, mais conhecida como Sany Kalapalo. Moro na cidade juntamente com uma parte da minha família, e estamos fazendo intercâmbio cultural. Nas férias sempre vamos para o Xingu visitar todos os parentes. Sou estudante e ativista em prol do meio ambiente e povos indígenas.
GV: Cómo se involucró en la campaña de Belo Monte?
SK: Em março de 2011 eu e a minha amiga e parceira de luta Miryám Hess organizamos o primeiro protesto contra a Usina de Belo Monte em São Paulo. Foi um fracasso, só compareceram 12 pessoas, e depois organizamos com muito mais divulgação nas ruas e pela internet, aí conseguimos bom público na maior cidade do Brasil. Também para divulgar mais, quebrei o medo da câmera e fui a algumas TVs online, como JustTV, TV Orkut, e algumas entrevistas nas ruas. Daí por diante participei de vários encontros ambientais, como o Rio+20 também.
GV: Hoy en día, ¿su contacto con el pueblo Xingú y el monitoreo de la contrucción de la planta está siendo hecho a distancia, o usted tiene una historia de vida y presencia local?
SK: Já faz 9 anos que eu e a minha família moramos aqui [em São Paulo]. Na verdade alguns dos meus irmãos chegaram há pouco tempo, e não ficamos direto na cidade. Nas férias vamos ao Xingu para visitar os parentes e a nossa mãe. Meu contato com o meu povo às vezes é pessoalmente quando eu vou para lá, via telefone, via internet. Sempre tento estar por dentro de tudo que está acontecendo por lá. Tiro informações através das lideranças locais, até porque o Xingu é muito grande, dividido em três partes: Alto Xingu, Médio Xingu e Baixo Xingu.
GV: La movilización en contra de la planta hidroeléctrica tomó las calles de algunas de las ciudades de Brasil y generó gran fama a través del internet. ¿De que manera el uso de redes sociales y herramientas virtuales han contribuido a intensificar la movilización?
SK: A internet tem sido uma ferramenta superimportante para mobilizar as pessoas, já que as grandes mídias ignoram e manipulam as informações vindas dessa construção Monstruosa!
Por exemplo, em fevereiro de 2011 eu criei minha conta no Facebook voltada para o ativismo contra Belo Monte. Em três meses já estava com cinco mil pessoas na minha página por causa das postagens pesadas e reais que falavam sobre Belo Monte. Muitos que não conheciam a respeito dessa mega Usina passaram a conhecer, e muitos deles se tornaram ativistas em defesa do Xingu. E juntos começamos a fazer grandes manifestações.
SK: Internet ha sido una herramienta supremamente importante para la movilización de personas, ¡al ver que los grandes medios de comunicación ignoran y manipulan la información que viene de esa construcción monstruosa!
Por ejemplo, en febrero de 2011 creé mi cuenta de Facebook basada en el activismo contra Belo Monte. En tres meses ya tenía 5,000 personas en mi página a causa de las fuertes publicaciones sobre Belo Monte. Muchos de los que no sabían nada sobre esta mega planta llegaron a saberlo, y muchos de ellos se convirtieron en activistas a favor del Xingú. Y juntos empezamos a hacer grandes protestas.
GV: Durante el 2011 usted creó su cuenta en Twitter (@sanyakalapalo) y un blog personal, y en 2012 un canal en YouTube. ¿Cómo usa y se apropia de estas páginas?
SK: Já estou com Twitter desde o ano passado, só que nunca entrava antes, até porque não sabia mexer direito e agora tô aprendendo aos poucos. rsrs. O blog também criei ano passado e não entro muito nele devido a falta de tempo, já no Facebook entro todos dias. Acredito que as redes sociais ajudam bastante para divulgar qualquer coisa e estão me ajudando muito a divulgar a cultura indígena e a minha luta.
GV: Justo en la portada de su blog usted se describe como «amada por unos, odiada por otros,» y esto me intriga un poco. ¿A qué se refiere con esta frase? ¿Qué afecta su reputación?
SK: “Amada por uns, odiada por outros”. É, coloquei assim, porque vejo que tem pessoas que gostam de mim, acompanham meu ativismo, e tem pessoas que se incomodam comigo e me xingam e até hackearam algumas contas que eu tinha nas redes sociais. Às vezes recebo ameaças pelas redes, mas não me incomodo muito com isso e continuo lutando.
GV: Usted es una jóven indígena muy activa, e incluso ha creado el Movimiento Indígenas en Acción, que tiene una página en internet. Hay otros indígenas que también han usado el internet como una plataforma de expresión y lucha?
SK: Faço alguma coisa pelo meu povo e pelo meio ambiente de coração. Escolhi seguir os passos do meu vô, que foi um grande guerreiro xinguano. Ele foi um guerreiro da Paz e tenho muito orgulho de ser neta dele. Criei o Movimento Indígenas em Ação em março de 2011 com o intuito de dizer para todos que índio não é do passado, que ainda existimos e queremos nossos direitos respeitados. Também criei a campanha Orgulho Indígena e recebi alguns prêmios por isso. Atualmente sou presidente-fundadora do Movimento Indígenas em Ação e logo teremos um escritório aqui em São Paulo. Vi que inspirei alguns jovens indígenas. Eles mesmos chegaram e me falaram isso. Acho isso muito bom, cada vez mais jovens indígenas estão participando da política voltada aos nossos direitos.
Luego de empezar algunos cursos en la universidad, Sany decidió entrar en un curso de idiomas en la universidad de São Paulo. Ella se propone ser escritora para llevar la cultura indígena a otras audiencias. En pocos días publicaremos la segunda parte de esta entrevista, en la cual Sany habla de las plantas hidroelécticas, el desarrollo, los pueblos indígenas e internet.